Wednesday, November 4, 2015

[PT] Vitalismo: além do capitalismo e do comunismo



O século XXI pertencerá a quem articular claramente os seus valores e se esforce para ser coerente com eles. Sua virtude ajudará a desenvolver, atrair e reter os indivíduos e as comunidades éticas e criativas em um mundo com cada vez mais automação tecnológica e desigualdade e menos empregos.

Devemos ir além das ideias cansadas dos socialistas e neoliberais, desde "riqueza para os ricos levanta todos," a "criação de emprego" e até a "redistribuição" da riqueza de alguns ultra-ricos.

Naturalmente, ambos os partidos do costume, que vão alternando no poder têm algumas boas ideias, mas provaram ser incompetentes. A sociedade civil é voltada para o futuro, diversa e competente e que está a lutar para um envolvimento mais directo na governação e para reduzir dependência nos representantes que nos desiludem.

Não queremos tomar a riqueza do empresário e redistribuir para as massas. Não queremos uma sociedade do capitalismo selvagem de escravos em nações em subdesenvolvidas e trabalhadores atados a servidão horária ou ao desemprego, entregues ao paradigma materialista. Não queremos uma distopia comunista onde o estado é uma corporação gigante, corrupta com plutocratas ultra-ricos e massas de pessoas impotentes que estão apenas sobrevivendo com a sua chama individua extinta. Então, a final, o que queremos?

O povo Português tem uma orgulhosa história de inovação, descoberta, empreendedorismo, coragem, cultura e consciência social. Nós abraçamos a nossa humanidade comum, os nossos laços internacionais e europeus, mas temos de recuperar a nossa civilização, a nossa soberania e mais uma vez seremos líderes. Os novos oceanos a serem enfrentados são os da mente e do espírito humano, donde surge toda a inovação, a cultura, a engenharia, a ciência, a ética, a coragem, e a perseverança.

Vamos mostrar ao mundo que Portugal não é um país pequeno, com pequenas mentes. Portugal tem recursos naturais - como a sua zona exclusiva económica, culturais, históricos - como os laços ultramarinos - e espirituais imensos e com os seus mais altos princípios, pode mostrar ao mundo que a civilização baseada no conhecimento e na ética é uma próspera força iluminada, democrática, pacífica e corajosa para o bem maior, protegendo ao mesmo tempo liberdade individual e cultivando a realização do potencial: o potencial de indivíduos, comunidades, lugares e ideias.

Visualize esta condição: Indivíduos e grupos são recompensados pela colaboração e criação de riqueza através de trabalhadores que também são proprietários de suas empresas cooperativas; com investimento, poupanças e instrumentos de seguro soberanos e positivos. A nova riqueza é multiplicada com investimentos em pequenas e médias empresas novas. Os trabalhadores são co-proprietários em muitas dessas empresas, e podem chegar a acumular o suficiente para perseguir seus próprios interesses e paixões - suas actividades podem enriquecer a cultura, o bem-estar colectivo e a economia.

Quando alguns de nossos compatriotas estão passando por problemas de saúde ou outras dificuldades, seu bem-estar é garantido pelo acesso as mais básicas necessidades: rendimento mínimo, abrigo, serviços públicos e educação.

O mesmo benefício está disponível como uma rede de segurança para o cidadão que quer tomar um risco empresarial inteligente ou que é deslocado por mudanças na sua indústria. O que chamamos, pejorativamente, de desemprego, é de fato a liberdade da escravidão e da exploração que a maioria das pessoas tem procurado.

Poucos entre nós iriam se contentar com um nível de subsistência de quase-pobreza. A liberdade da luta pela mera sobrevivência liberta-nos a contribuir para a sociedade, oferecer-se para causas positivas, para seguir nossas paixões criativas e para nos desenvolvermos como seres humanos. Esta facilitação colectiva de criação de riqueza pode substituir a pobreza permanente patrocinada pelo estado para a manipulação de votos populista ou o auto-enriquecimento de políticos profissionais e os seus interesses especiais em detrimento da maioria.

O que impede a nação de cumprir o seu destino natural de uma sociedade esclarecida: a apatia ou o desânimo em face da oligarquia. Se formos cínicos e acreditarmos que nada pode ser feito, o nosso futuro e o futuro de nossos descendentes será uma profecia auto-realizada. Se formos coerentes e educarmos as próximas gerações e se defendemos desde já o seu futuro, juntos, a democracia se vai tornar mais saudável.

Nós permitimos que uns poucos bêbedos com poder se coloquem à frente de milhões de cidadãos portugueses. Os portugueses são perfeitamente capazes de se governar sem políticos profissionais, que muitas vezes representam os interesses da elite. Tudo que a cidadania precisa são versões modernas de instrumentos democráticos da Grécia Antiga, origem da democracia, a fim de tomar decisões bem-informadas:

1) a liberdade de imprensa e da liberdade de expressão
2) deliberação e consulta de especialistas em áreas pertinentes que representam uma gama de pontos de vista pública
3) a democracia mais directa é amplificada através de métodos como o sorteio, as assembleias locais, as aprovações orçamentárias cívicas, e facilitação de iniciativas dos cidadãos, e / ou sondagem deliberativa
4) prazos curtos e limitação mais forte no número de termos (sem classe política profissional, permanente). O numero e duração de mandatos de cargos políticos devem ser altamente limitados
5) a responsabilização por negligência ou corrupção (desonra pública, prisão, multas ou tempo de serviço comunitário obrigatório)
6) maior controle local dos orçamentos e menos burocracias nacionais (mais autonomia e experimentação de acordo com princípios e leis comuns)


Numa era em que os custos de producao sao cada vez menores com a automacao, existe cada vez menos trabalho tradicional. Em vez de criar precariedade e abandono, podemos usar a tecnologia para liberar cada vez mais pessoas para que possam criar, colaborar, contribuir para a colectividade... A criatividade, a cultura, o calor humano, não podem ser substituídos por maquinas. 


Portugal deve ser conhecido em todo o mundo, como uma nação de grande espírito que aproveita colectivamente os talentos individuais, que preserva e oferece uma cultural milenar com toque pessoal, e que investe em suas ideias para a filosofia, a ciência, a tecnologia e as artes, acabando por desenvolver, atrair e reter as melhores mentes e consciências do país e de todo o mundo. 

Podemos escolher ser a nova Sagres, a nova Atenas, em parceira com a lusofonia e o mediterrâneo... Ou cada vez mais, uma colónia de trabalho precário, exportador de talento, importador de povos ainda mais infelizes, de abandono de idosos e colónia de turismo de outros povos.

eng. Nélson Abreu
Cidadão Português nascido em Lisboa, residente em Los Angeles
Apoiante do movimento cívico "Nós Cidadãos"

http://www.noscidadãos.pt

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